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quarta-feira, 19 de março de 2014

Alcoolismo em transtorno bipolar

A alta prevalência de uso de substâncias psicoativas em pacientes com transtornos psiquiátricas tem recebido atenção cada vez maior por parte dos pesquisadores.
Transtorno Bipolar e Alcoolismo são doenças familiares com fatores genéticos implicados na sua etiologia. A relação genético-familiar entre ambas é controversa e tem sido estudado de forma insuficiente. Nos últimos anos, inúmeros pesquisadores tem demonstrado interesse crescente e destacado a relação entre Transtorno de Humor Bipolar e Alcoolismo, num espectro muito mais amplo que uma simples comorbidade entre duas patologias psiquiátricas de importância no contexto social.
O Alcoolismo tem se mostrado mais comum na população de pacientes com Transtorno de Humor Bipolar (THB) do que na população em geral. Estudos genéticos em famílias desses pacientes podem identificar causas de excesso de comorbidade entre as duas patologias.
O termo comorbidade neste trabalho relaciona-se ao cálculo feito para avaliar-se a chance de duas patologias ocorrerem ao mesmo tempo em um mesmo indivíduo a partir das prevalências em separado. Sendo assim, o chamado excesso de comorbidade caracteriza uma associação (concomitância) de prevalências mais freqüentes do que a esperada em separado, destacando neste trabalho a associação entre Transtorno de Humor Bipolar e Alcoolismo.
Recentes estudos epidemiológicos tem mostrado convincentemente que os diagnósticos de Transtorno Bipolar e Alcoolismo ocorrem mais freqüentemente juntos do que o esperado pela chance. Por exemplo, o ECA, Epidemiological Catchment Area Study (Regier et al 90), relatou em estudo multicêntrico uma taxa alta de comorbidade entre Transtorno Bipolar e Alcoolismo com Odds ratio de 6.2, destacando que o THB é a patologia de Eixo I mais associada com Alcoolismo.
As razões para esta alta prevalência de comorbidade permanecem obscuras.
Maier (1996) em seu trabalho, mostra prevalência de 8,3% para Dependência ao Álcool. Entre os pacientes com Transtorno de Humor Bipolar, 40,6% (Odds Ratio 5.6) apresentaram Abuso ou Dependência ao Álcool. A análise das características da co-ocorrência e co-transmissão do Transtorno de Humor Bipolar e Alcoolismo em famílias pode prover dados para o entendimento da alta comorbidade entre estas duas patologias na população geral, mostrando que estas representam a comorbidade mais prevalente entre os diagnósticos psiquiátricos de eixo I (CID-10 e DSM-IV).
"Compartilhar fatores de risco familiar" inclui alta prevalência de Alcoolismo em familiares de pacientes bipolares "puros", além da presença concomitante de Transtorno Bipolar e Alcoolismo em familiares de pacientes com ambas as patologias. Seu pior curso e prognóstico em relação aos diagnósticos em separado parece estar relacionado `a identificação unicamente do diagnóstico primário, deixando de atender o diagnóstico secundário, que se não prevenido e tratado adequadamente, desenvolve novo ciclo da doença (Ex: Episódio maníaco desencadeando aumento da ingesta alcoólica).
Winokur et al (1967), num estudo pequeno, sem grupo-controle encontraram maior prevalência de Alcoolismo em familiares de primeiro grau de pacientes com transtorno de Humor Bipolar, especialmente nos casos de início precoce da doença afetiva.
O trabalho de Strakowski (1992) avaliou outros diagnósticos psiquiátricos em quarenta e um pacientes hospitalizados pela primeira vez devido a episódio maníaco, e encontrou 24,4% dos pacientes internados no primeiro episódio por mania com diagnóstico de abuso ou dependência ao álcool, sendo esta a maior comorbidade psiquiátrica encontrada neste estudo.
Weiss (1987) hipotetiza que pacientes bipolares usam substâncias psicoativas com o intuito de auto-medicação de seus sintomas de humor e que o abuso e dependência ao álcool pode precipitar ou perpetuar episódios de humor.
Brady (1992), relacionando o curso da doença em pacientes com Transtorno Bipolar e Alcoolismo com outros somente apresentando Transtorno Bipolar verificou um pior curso, com sintomas mais proeminentes nos pacientes com Transtorno Bipolar e Alcoolismo, demonstrando a influência negativa do abuso de substâncias psicoativas, neste caso o álcool, no curso e prognóstico do Transtorno Bipolar. Também mostrou que pacientes que apresentam concomitantemente o Transtorno de Humor Bipolar e Alcoolismo, apresentam melhor resposta terapêutica ao uso de anticonvulsivantes em relação ao Lítio, provavelmente relacionado ao efeito GABAérgico. Este fato levanta a hipótese de que o álcool, por meio deste mesmo efeito GABAérgico apenas inicial, venha sendo usado para fins "terapêuticos" em pacientes Bipolares, com resultados posteriores desastrosos no tocante ao prognóstico. Este trabalho sugere a existência de uma forma independente de transmissão entre o Transtorno Bipolar e o Alcoolismo.
Reich (1974) mostrou que 31% dos pacientes identificados com Transtorno de Humor Bipolar e Alcoolismo bebiam excessivamente, em maior quantidade na mania, para acalmarem-se. Uma maior prevalência de Alcoolismo em pacientes com Transtorno de Humor Bipolar e seus familiares e vice-versa pode corroborar a possibilidade de um envolvimento genético comum entre estas duas patologias, com potencial futuro para identificação de um diagnóstico único (por Ex: Agorafobia com ou sem Pânico).
Winokur et al (1993) coloca que a taxa de Alcoolismo em pacientes com Transtorno de Humor Bipolar pode estar relacionada ao aumento da ingesta alcoólica em pacientes durante os episódios maníacos, que o Alcoolismo pode ser um fator predisponente a Mania ou que Alcoolismo e Mania são expressões iguais de um mesmo fator genético.
Winokur et al (1995) em estudo prospectivo de 5 anos, amplo, criterioso e multidirecional com mais de 200 bipolares com e sem alcoolismo (2 grupos) e seus familiares concluiu que a relação familiar entre Transtorno Bipolar e Alcoolismo é mais forte que entre Depressão Maior e Alcoolismo, não explicado pela simples prevalência destas patologias. O trabalho conclui demonstrando uma pequena correlação entre componentes familiares de pacientes Bipolares e Alcoolistas. Os familiares de pacientes com Transtorno de Humor Bipolar e Alcoolismo concomitantemente (BIPALCO) apresentaram maior prevalência de Transtorno de Humor Bipolar comparados com Bipolares "puro", Alcoolistas e grupo controle. Os autores expressam que BIPALCO seria uma entidade nosológica `a parte e não a presença de duas patologias separadamente, como simples comorbidade. Os autores referem que durante um episódio maníaco há aumento do consumo de álcool em 40% dos casos. Reiteram como possíveis bases etiológicas para a excessiva comorbidade entre Transtorno de Humor Bipolar e Alcoolismo as seguintes hipóteses:
Que o problema primário, segundo cronologia de início anterior (poucos casos segundo gravidade) é o Transtorno de Humor Bipolar e que o Alcoolismo seria secundário, hipótese esta sugerida pelos autores.
Que o Transtorno de Humor Bipolar e o Alcoolismo sejam apenas uma real comorbidade, uma mera coincidência. Consideram improvável, pois a associação tem mostrado muito maior freqüência que a possibilidade de chances em separado. Além disso consideram que o Alcoolismo a nível de sistema nervoso central pode induzir Mania não como causa única, mas multifatorial, incluindo dano cerebral.

Consideram o Transtorno de Humor Bipolar transmitido com uma base genética poligênica e que os fatores genéticos envolvidos no Alcoolismo são compartilhados e predispõem ao aparecimento do THB. Encontraram em relação aos pacientes com Transtorno de Humor Bipolar e Alcoolismo, que seus familiares de primeiro grau com Transtorno Bipolar apresentaram maior taxa de Alcoolismo que parentes de Bipolares sem Alcoolismo, enfatizando a base etiológica poligênica. Concluem a partir da observação, que o Alcoolismo secundário em pacientes bipolares é mais propenso a remitir que Alcoolismo primário e vice-versa, enfatizando a relação primário-secundário relacionado a remissão de sintomas e conseqüente prognóstico. Esta idéia é corroborada neste artigo pelo achado de um menor número de episódios de humor em pacientes com Alcoolismo primário comparado com THB como patologia primária.

Torna-se de suma importância diferenciar, embora algumas vezes difícil, entre quadro primário de Transtorno de Humor Bipolar e secundário de Alcoolismo ou vice-versa. Isto justifica-se pelo fato do Transtorno de Humor Bipolar ser importante fator de risco para dependência química, poder modificar o curso do Alcoolismo, além de seus sintomas poderem emergir da intoxicação.
Outros autores sugerem em trabalho controlado com metodologia bem delineada que o Alcoolismo familiar pode contribuir para a vulnerabilidade ao Transtorno Bipolar e que existe hereditariedade compartilhada entre as duas patologias através de maior taxa de Alcoolismo em familiares do grupo de pacientes com Transtorno Bipolar e Alcoolismo (BIPALCO) comparado ao grupo somente com Transtorno Bipolar e grupo controle Winokur et al (1996).
Brady et al (1995) concluíram que o Transtorno de Humor Bipolar associado ao Alcoolismo apresenta início mais precoce e pior curso comparado ao Transtorno Bipolar sem Alcoolismo, além de apresentar-se mais freqüentemente com humor irritável e disfórico, maior tendência a quadros mistos e ciclagem rápida, bem como maior número de internações. Todos estes aspectos presentes predizem má evolução prospectiva do quadro. Enfatizam que a relação entre Transtorno de Humor Bipolar e Alcoolismo não baseia-se simplesmente em causa e efeito, é bidirecional e complexa. Coloca a necessidade de abstinência ao álcool para real identificação e confirmação de quadro de humor primário, já que a redução dos sintomas depressivos devido ao álcool ocorre somente 2 a 4 semanas após interromper o uso do álcool e para os sintomas maníacos, em média de 2 a 3 dias.
A identificação de fatores familiares relacionados a estas duas patologias de extrema importância em saúde pública torna-se fundamental em nível de prevenção e tratamento, principalmente porque a alta freqüência de aparecimento concomitante destes dois transtornos reforça a necessidade de um programa integrado de prevenção e tratamento em conjunto quando identificados de tal forma.

Autor Rodrigo Machado Vieira** Supervisor do Serviço de Psiquiatria-Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre.

Bibliografia
Brady K, Lydiard B: Bipolar Affective Disorder and Substance Abuse. J Clin Psychopharmacology 1992; 12suppl: 17s-22s.
Brady K, Sonne P. The Relationship Beetween Substance Abuse and Bipolar Disorder. J Clin Psychiatry 1995; 56(suppl 3): 19-24.
Maier W, Merikangas K. Co-ocurrence and Cotransmission of Affective Disorders and Alcoholism in Families. British J of Psychiatry 1996, 168 (suppl 30): 93-100.
Regier DA, Farmer ME, Rae DS, Locke BZ, Keith SJ, Judd LL, Goodwin FK. Comorbidity of Mental Disorders with Alcohol and other Drug Abuse: results from Epidemiologic Catchment Area (ECA) Study. JAMA 1990; 264: 2511-2518.
Strakowsky S, Tohen M, Stool A, Faedda G, Goodwin D. Comorbidity in Mania at First Hospitalization. Am J Psychiatry 1992, 149: 554-556.
Weiss RD, Mirin SM: Substance Abuse as an Attempt at Self Medication. Psychiatr Med 1987; 3: 357-367.
Winokur G, Clayton P. Family History Studies: II. Sex Dififferences and Alcoholism in Primary Affective Disorder. Br J Psychiatry 1967; 113: 973-979.
Winokur G, Coryell W, Akiskal H, Maser J, Keller M, Endicott J, Mueller T. Alcoholism in Manic Depressive (Bipolar) Ilness: Familial Ilness, Course of Ilness, and the Primary-Secondary Distinction. Am J Psychiatry 1995; 152: 365-372.
Winokur G, Coryell W, Endicott J, Akiskal H. Further Distinctions Between Manic-Depressive Illness and Primary Depressive Disorder. Am J Psychiatry 1993; 150: 1176-1181.
Winokur, Akiskal H ,Coryell W, Endicott J, Keller M, , Solomon D. Familial Alcoholism in Manic-Depressive (Bipolar) Disease. Am J Med Genet 1996; 67; 2: 197-201.




quarta-feira, 12 de março de 2014

Disciplina alimentar e física trazem benefícios para o corpo e para a auto-estima

Fique bem com você mesmo a partir de uma reeducação alimentar
Excesso de peso contribui para o surgimento de problemas de saúde e estéticos.
Disciplina alimentar e física trazem benefícios para o corpo e para a autoestima.
Gorduras, doces e massas são tentações, mesmo para aqueles que focam um corpo magro e esbelto. E fechar a boca para essas bombas alimentícias não é a única solução: força de vontade e disposição para freqüentar as milhares de academias faz parte do desafio. Porém, são imensos os benefícios para o corpo e principalmente para a saúde de quem ostenta essa causa.
A obesidade acarreta complicações aos que sofrem dessa, que já passa a ser considerada uma doença, uma vez que os problemas de saúde são agravados àqueles que estão acima do peso. De acordo com o Chefe do Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital das clínicas da USP, doutor Alfredo Halpern, reduzir de 5 a 10% do peso inicial melhora os índices glicêmicos, diminui consideravelmente a pressão arterial e os níveis de colesterol. "Como consequência, o risco de desenvolver problemas cardiovasculares, principal causa de morte no Brasil, também cai drasticamente", afirma o especialista.
Já pelo lado estético, uma alimentação saudável, sem gorduras saturadas, bebidas alcoólicas e excesso de sal, ingestão de líquidos e vitaminas das frutas e verduras, diminui o risco de surgimento de celulite, por exemplo, a pele, cabelo e unhas ganham força. "A tendência é que, com essas restrições aliadas à prática moderada de exercícios físicos, o corpo apresente taxas menores de gordura", explica o médico.
No entanto, para algumas pessoas, o uso de medicamentos em paralelo, no processo de emagrecimento, pode ser necessário. Nesse caso, o acompanhamento médico se torna indispensável.
Disponível on line em Disciplina alimentar e física trazem benefícios para o corpo e para a autoestima http://www.revistasportlife.com.br/

quarta-feira, 5 de março de 2014

Como prevenir o tabagismo?

Na família, pelo exemplo. Na religião, pelo respeito devido ao corpo e à vida e na sociedade, pela educação.
Começando em casa, os efeitos da fumaça sobre a saúde da criança: O Ministério da Saúde, as instituições e alguns autores que pesquisam sobre o assunto alertam: se a mãe fuma depois que o bebê nasce, este sofre imediatamente os efeitos do cigarro.
Durante o aleitamento, a criança recebe nicotina através do leite materno, podendo ocorrer intoxicação em função da nicotina (agitação, vômitos, diarréia e taquicardia), principalmente em mães fumantes de 20 ou mais cigarros por dia.
Em recém-nascidos, filhos de mães fumantes de 40 a 60 cigarros por dia, observaram-se acidentes mais graves como palidez, cianose, taquicardia e crises de parada respiratória, logo após a mamada.
Estudos mostram que crianças com sete anos de idade nascidas de mães que fumaram dez ou mais cigarros por dia durante a gestação, apresentam atraso no aprendizado quando comparadas a outras crianças: observou-se atraso de três meses para a habilidade geral, de quatro meses para a leitura e cinco meses para a matemática. Doll (1994), Banco do Brasil (1999), Ministério da Saúde (1998), (2000), (2002).
Em crianças de zero a um ano de idade que convivem com fumantes, há uma maior prevalência de problemas respiratórios (bronquite, pneumonia, bronquiolite) em relação àquelas cujos familiares não fumam. Além disso, quanto maior o número de fumantes no domicílio, maior o percentual de infecções respiratórias, chegando a 50% nas crianças que vivem com mais de dois fumantes em casa. É, portanto, fundamental que os adultos não fumem em locais onde haja crianças, para que não sejam transformadas em fumantes passivos, mas só isto não basta.
É preciso fazer do ensino uma oportunidade para uma melhor valorização da compreensão e conscientização dos pais e alunos sobre os problemas do uso do tabaco. Informar que as ações de tais substâncias químicas no organismo podem causar sérios problemas à saúde, além de torná-los dependentes.

FONTE:BARBANTI E. J. “A VISÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA” no livro “Tabagismo uma Doença Pediátrica-Asma e Tabagismo Passivo”, João Paulo Lotufo. Capítulo 14, p.109-108, 2007.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Exercício e depressão

O exercício pode realmente melhorar o meu humor?
Como funciona o exercício no alivio da depressão?

Quanto tempo demora se sentir melhor?
Será que o exercício tem que ser vigoroso?
Que tipo de exercício é o melhor para melhorar o meu humor?
Como posso me exercitar se mal consigo sair da cama?

O exercício pode realmente melhorar o meu humor?
Sim. Apenas uma alegre caminhada três vezes por semana podem ajudar a recuperar mais rapidamente da depressão, reduzir a sua gravidade, e até mesmo impedir as recaídas, em primeiro lugar. Centenas de estudos descobriram que o exercício pode ajudar a aliviar os sintomas físicos e emocionais em pessoas clinicamente deprimidas. Outros descobriram que pessoas que trabalham fora regularmente, sendo jovens ou idosas, tendem a ter uma melhor auto-estima e menos problemas de saúde física e mental.
Em um estudo com estudantes universitários que fizeram exercício aeróbio por cinco semanas recuperaram-se mais rápido e mais completamente dos eventos estressantes da vida do que aqueles que praticavam as técnicas de relaxamento. De fato, na Universidade “Duke University Medical Center” um estudo com 156 pacientes clinicamente deprimidos revelou que o exercício parece ser mais eficaz no alivio da depressão a longo prazo do que a medicação antidepressiva Zoloft. Nesta amostra clínica, os pacientes do grupo de exercício fizeram aulas supervisionadas três vezes por semana de rotinas de bicicleta ergométrica entre 70 a 85 por cento da máxima freqüência cardíaca por 30 minutos, de acordo com um relatório publicado em Medicina Psicossomática.
Como funciona o exercício no alivio da depressão?
Apenas focalizar a mente e corpo em uma atividade rítmica pode ajudar a aliviar a ansiedade. O exercício é um grande alivio no estresse, também, não só porque alivia a tensão muscular, mas também porque ele trabalha a máxima freqüência cardíaca. Esta combinação o torna mais relaxado e alerta, e, portanto, mais apto a lidar com seus problemas. Além disso, você se sente muito melhor para deixar as suas frustrações sobre a esteira do que sobre o seu cônjuge ou colegas de trabalho.
Se a depressão estiver perturbando seu sono ou apetite, queimar algumas calorias extra podem ajudar a levar o seu corpo de volta em sincronia e aumenta o seu nível de energia se você estiver se arrastando. Pode levar a sua mente fora dos problemas, também. Claro que, ficar mais forte e em forma faz você se sentir melhor sobre si mesmo, reforçando o seu senso de competência e controle sobre sua vida. E saber que você pode ceder a um sundae ocasionalmente sem se preocupar com o modo como ele irá olhar para seus quadris é agradável, também.
Algumas pesquisas sugerem que o exercício pode realmente mudar a química do cérebro. Um estudo recente concluiu que um bom treino pode impulsionar o seu nível de serotonina, um químico cerebral que está ligado ao humor. Exercício intenso também pode estimular a produção de endorfinas, analgésicos naturais que às vezes podem fazer você se sentir eufórico. Um estudo em 2005 na Universidade de Yale descobriu que o exercício aumenta a neurogênese - o crescimento de células cerebrais neural - e atenua os efeitos do envelhecimento e depressão. Embora os investigadores não tenham certeza se é o suficiente para sair da depressão, a prova é encorajadora.
Participar de um clube ou reunião com amigos para caminhar ou se exercitar pode ajudar melhorar a sensação de isolamento que pode se desenvolver quando se está deprimido.
Quanto tempo demora se sentir melhor?
Pessoas que sofrem de depressão maior têm experimentado um aumento no bem-estar emocional e de energia a partir de tão pouco como uma única sessão de 30 minutos de exercícios, de acordo com um pequeno estudo publicado na revista Medicine & Science in Sports & Exercise. Mas para os melhores resultados, o programa de exercícios deve durar pelo menos dois meses, de acordo com a Harvard Mental Health Newsletter.
Será que o exercício tem que ser vigoroso?
Não, qualquer tipo pode ajudar. Em um estudo publicado em 2005, pesquisadores testaram os efeitos que um programa de três meses exerceu sobre as pessoas com depressão leve a moderada. Os 80 participantes divididos em cinco grupos, com um deles executando vigorosamente três dias por semana e outro mais cinco dias por semana, dois grupos fazendo "baixa dose" de exercício três e cinco dias por semana, e outro (grupo controle) fazendo apenas alongamento.
Os sintomas de depressão diminuíram em todos os cinco grupos, mas eles não assumem o melhor quadro no exercício do programa rigoroso, caindo por uma média de 47 por cento. Isso significa que o programa de exercício vigoroso foi tão eficaz como a medicação antidepressiva e terapia cognitiva, os dois principais tratamentos para a depressão.
Que tipo de exercício é o melhor para melhorar o meu humor?
Não há evidências de que um tipo específico de exercício seja o melhor. A maioria dos estudos vem pesquisando a corrida ou outras atividades aeróbias. Mas estudos que também compararam os efeitos das atividades de baixa intensidade, tais como caminhar, e atividades não aeróbias, como o levantamento de pesos, descobriram que estes tipos de exercício são igualmente eficazes na redução da ansiedade e depressão. Você nem mesmo necessita atingir uma melhora na resistência cardiovascular ou aptidão física para colher os benefícios emocionais.
Como posso me exercitar se mal consigo sair da cama?
Pode parecer impossível fazer o esforço para se exercitar por sua própria conta. Se você está gravemente deprimido, fale primeiro com o seu médico sobre psicoterapia ou medicação, ou ambos. Depois que começar a sentir um pouco melhor, você pode procurar por um programa estruturado de exercício em grupo construído em torno de atividades que você já se beneficiou no passado.
Participar de um grupo de caminhada é muitas vezes uma boa opção, pois você pode estar em qualquer nível de aptidão física ou fitness e você não irá precisar de nenhum treinamento ou equipamento especial. E só sair, especialmente em bom tempo, pode ser terapêutico em si. Comece andando cinco a dez minutos por dia, e trabalhe no seu ritmo até 30 ou 45 minutos. Pode haver necessidade de persistir durante várias semanas antes de notar uma melhora em sua disposição, mas tente fazê-lo para manter como um hábito para incorporar no seu estilo de vida e não abandonar. Pode ajudar a pensar em se tratar de adquirir um novo estilo de vida para a saúde que você pretende manter para o resto de sua vida. Então encontre seu ritmo. Estudos mostram que as pessoas percebem os maiores efeitos após quatro meses de exercício físico regular.
Lembre-se, o exercício não é um substituto para outros tipos de tratamentos para a depressão, como a medicação ou terapia, mas é uma boa atividade complementar para adicionar ao seu hábito. Se você tiver uma condição médica ou estiver fora de forma, converse com seu médico sobre o melhor tipo de exercício para você.
Kate Lee Consumer Health Interativos
Kate Lee é um ex-editor associado na Consumer Health Interativos e pesquisador no Time Inc. Health.

Referências Bibliograficas
  • Annesi JJ. Annesi JJ. Changes in Depressed Mood Associated with 10 Weeks of Moderate Cardiovascular Exercise in Formerly Sedentary Adults.
  • Dunn, AL, et al. Dunn, AL, et al. Exercise Treatment for Depression: Efficacy and Dose Response. Exercício Tratamento de Depressão: American Journal of Preventive Medicine (January 2005): vol.28, No.1, pp1 –8.
  • Effects of exercise Training on older patients with major depression, Blumenthal JA, et al. Blumenthal JA, et al. Archives of Internal Medicine, October, 25, 1999; 159:2349-56 Archives of Internal Medicine, Outubro 25, 1999; 159:2349-56
  • Exercise in Older Adults with Major Depression, American Family Physician, http://www.aafp.org/afp/20000401/tips/16.html
  • Exercise treatment for major depression: maintenance of therapeutic benefit at 10 months. Blumenthal JA, et al. Psychosomatic Medicine, September-October, 2000; 62(5):633-8. Psychosomatic Medicine, setembro-outubro, 2000; 62 (5):633-8.
  • Neurotrophic factors and regulation of mood: role of exercise, diet and metabolism. Neurobiology of Aging December 2005. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/
  • Physical Activity Improves Mental Health, Michal Artal, MD, The Physician and Sportsmedicine, Vol. 26 No. 10, October 1998 26 n º 10, outubro de 1998.
  • Psychological Reports June 2005: vol. 96, No.3, pp.855-62. 96, No.3, pp.855-62.
  • Working off Depression. Livrando-se da Depressão. Harvard Mental Health Newsletter, December 2006. Harvard Mental Health Newsletter, dezembro 2006. Reviewed by Lynn Cohen, MA, MFT, a marriage and family therapist with a private practice in Vacaville, California.




quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Por que é difícil dizer não às drogas

Quem usa drogas pela primeira vez não vê os amigos se acabando nas sarjetas e não acredita que vai ser um viciado
Sabe qual é a probabilidade hoje de um adolescente ter algum tipo de contato com o mundo das drogas? Cem por cento. Quarenta e dois por cento deles já viram alguém sob o efeito de substâncias proibidas. Os que não viram, de três, uma. Ou têm um amigo viciado, ou já foram a uma festa onde havia consumo de drogas, ou sabem quem é o traficante do bairro. O acesso aos tóxicos nunca foi tão fácil. Os preços caíram. Com 10 reais ? valor de uma entrada de cinema ? é possível comprar 1 grama de cocaína. A maconha está ainda mais barata. Para adquirir um cigarro, basta ter 1 ou 2 reais. Soam românticos os tempos em que se imaginava que o primeiro contato de um adolescente com as drogas poderia ocorrer por intermédio de um lendário traficante disfarçado de pipoqueiro. Hoje, sabe-se que os entorpecentes são vendidos dentro do próprio colégio, por um aluno que trafica em troca de dinheiro para financiar seu vício. Pior: ele pode ser um colega de classe.
A grande questão para os pais não é mais evitar que seu filho tenha contato com drogas. Isso é praticamente impossível. O desafio é que ele não se torne um dependente. Como fazer isso? Em primeiro lugar, faz-se necessário saber o que leva um adolescente a provar substâncias proibidas. O senso comum falaria em desajustes familiares, frustrações, problemas em casa e na escola. Segundo a maior parte dos especialistas, a resposta é bem mais prosaica e se resume a uma palavra: curiosidade. "Para muitos adolescentes, provar a droga faz parte do ritual da adolescência. É como 'ficar' pela primeira vez", acha o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A curiosidade leva a garotada a experimentar, mas apenas uma minoria desenvolve o vício. O jovem pode tornar-se um consumidor compulsivo, aí sim devido a frustrações e problemas familiares. "Se o adolescente estiver passando por um momento difícil, fica mais fácil chegar à dependência", opina o psicólogo Luciano Chati, que dá cursos em escolas sobre prevenção contra o uso de drogas.
Há outro aspecto interessante. De acordo com um levantamento feito pelo governo dos Estados Unidos, o caminho em direção às drogas pesadas começa pelo álcool e pelo tabaco. "Essa migração nem sempre é obrigatória, mas adolescentes que fumam cigarro e bebem estão predispostos a experimentar outras drogas", alerta o psiquiatra Sérgio Nicastri, mestre pela universidade americana Johns Hopkins e especialista vinculado ao Hospital das Clínicas de São Paulo. A pesquisa do governo americano diz que o uso, mesmo que esporádico, de cigarros comuns aumenta em 65 vezes a probabilidade de que o fumante venha a provar maconha. E quem já teve contato com a erva corre 104 vezes mais risco de experimentar uma carreira de pó. Isso ocorre, segundo Nicastri, porque depois de tomar alguns copos de cerveja o jovem se torna mais receptivo se alguém oferecer um baseado. Se o "barato" está ali disponível, o que custa experimentar? "É próprio do adolescente buscar o prazer sem se importar com as conseqüências", diz o psiquiatra.
Dessa forma, fica praticamente inevitável concluir o óbvio: o lar onde existe diálogo tende a ser a melhor defesa contra os conflitos e frustrações que transformam a curiosidade em vício. A atitude dos pais também é muito importante. Aqueles que bebem compulsivamente na frente dos filhos, por exemplo, dando a entender que é um hábito natural, são um péssimo exemplo. Como se viu, o álcool é, muitas vezes, a porta de entrada para o mundo das demais drogas.
Elas fazem muito mal
Muita gente acredita que o consumo esporádico de drogas não faz mal. Errado. Todas as drogas são de alto risco: prejudicam a saúde, perturbam os estudos e alteram o humor para pior. E ninguém sabe de antemão se vai ou não se tornar um viciado.

■ÁLCOOL
Provoca cirrose e hepatite alcoólica, hipertensão, problemas cardíacos. Causa danos cerebrais e provoca perda de memória. Leva à dependência física, com graves crises de abstinência e, em grandes doses, provoca coma.

■MACONHA
Causa apatia e perda de motivação, prejudica a memória e o raciocínio. Estudos mostram que quem fuma maconha está mais sujeito a sofrer de insuficiência cardíaca e esquizofrenia.


■COCAÍNA
O risco de overdose é alto, o que pode levar à morte. O uso contínuo causa degeneração muscular, perda do desejo sexual, alucinações e delírios. Uma em cada cinco pessoas que experimentam a droga se torna dependente

■ECSTASY
Induz a ataques de pânico e ansiedade. Provoca danos nas células nervosas, o que leva à depressão crônica.
Fonte: Veja Especial Jovem

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Neuroadaptação... Uma proposta alternativa de exercício físico para usuários de drogas em recuperação

Uma proposta alternativa de Exercício Físico para usuários de drogas em recuperação é a Neuroadaptação.
Estudos demonstram que o consumo de drogas psicotrópicas pela população aumentou nos últimos anos.
O trabalho sobre esta proposta busca a relação entre as alterações na neurotrasmissão com a drogadição e sua possível minimização pelo desenvolvimento de um programa de atividade física conforme o tipo de usuário. Para tanto, realizou-se uma Revisão Bibliográfica sobre drogas psicotrópicas, atividade física e temas relacionados.Diversos estudos comprovam que o consumo de cocaína, benzodiazepínicos e maconha resultam em alterações nas principais vias nervosas, especialmente aquelas medidas por Catecolaminas, Serotoninas, GABA e Acetilcolina; em áreas cerebrais como: córtex, hipocampo, mesencéfalo, cerebelo, tronco cerebral, medula e nervos periféricos.Voltado à influência da Atividade Física no Sistema Nervoso, este estudo relata que, outros estudos observam que aumento da exigência metabólica resulta na adaptação de diversas vias nervosas. Destacando como principais resultados uma menor taxa basal de Catecolaminas, a normalização dos níveis de Noradrenalina e Dopamina nas áreas da atenção, memória e controle motor, aumento dos níveis de Serotonina nas áreas de humor e diminuição do controle motor e aumento de síntese e liberação de Endorfinas.
Conclui-se então, que Programas de Avaliação e Prescrição de Exercício Físico para usuários de drogas em recuperação, devem observar as adaptações nervosas, a fim de beneficiar os indivíduos de resultados como: diminuição do estresse fisiológico e psicológico melhora da eficácia motora, diminuição da fadiga central e sensação de prazer após o exercício, além dos benefícios sócio-fisiológicos já conhecidos.
FONTE:
FERREIRA, S. E; TUFIK, S; MELLO, M. T. Neuroadaptação: uma proposta alternativa de atividade física para usuários de drogas em recuperação. Rev. bras. ciênc. mov.; 9 (1), 2001.

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