A maneira como cada pessoa interpreta um fato corresponde ao modo com que ela percebe o mundo e a si mesmo.
O sentimento de raiva tem origem na idéia de que fomos injustiçados ou maltratados, tendo como base vivências do passado. Se no passado a pessoa foi muito maltratada ou punida, há uma tendência de se manter “alerta” contra futuras ameaças, de maneira desproporcional ao evento. Torna-se conhecida como uma pessoa de “pavio curto” e suas explosões são uma tentativa de se proteger do que acredita ser uma agressão.
Quando são muito freqüentes, ou intensas, ou mesmo quando ausentes, podem ser um problema para as relações sociais e para a saúde física.
Por outro lado, há as pessoas que se sentem incapazes de reagir frente a uma situação de maltrato, podendo gerar sentimentos de frustração e de depressão. Na raiva, como em todos os estados do humor, há alterações no comportamento e no funcionamento físico. Em nossa sociedade, a raiva ou irritação é até mesmo confundida com determinação.
“O sentimento freqüente de raiva é tão ruim para o coração como fumar, comer muita gordura saturada, engordar e não fazer exercício físico”Estudos comprovaram que expressões de raiva transmitem a impressão de que o raivoso é uma pessoa mais competente. Grande engano, é só impressão. A maior competência é na verdade, para desenvolver doenças, principalmente as do coração.
Janice Willians, pesquisadora da Universidade da Carolina do Norte, EUA, estudou durante seis anos o comportamento de 13 mil homens e mulheres com idade entre 45 e 64 anos. Classificou as pessoas em níveis de alta, média e baixa disposição à raiva. As com alta tendência, que se irritam com freqüência, possuem três vezes mais possibilidades de sofrer infarto que as pessoas que enfrentam as dificuldades com mais tranqüilidade. Significa dizer que o sentimento freqüente de raiva é tão ruim para o coração como fumar, comer muita gordura saturada, engordar e não fazer exercício físico.
Pode também causar distúrbios no aparelho digestivo, sem dizer que pode ser considerado um desequilíbrio psicológico. O comportamento agressivo do raivoso pode se expressar através de violência verbal e até mesmo através de violência física. Quem dá vazão ao sentimento de raiva, apenas para se libertar dele, como uma evidente prova de desequilíbrio emocional pode se dar mal, pois não é possível prever como isso irá terminar.
O trânsito é na atualidade, uma fonte que parece instigar a ira de motoristas uns contra os outros e contra os pedestres. Não raro temos notícias de motoristas que se matam por fatos banais. O mês de agosto é conhecido como o mês do “cachorro louco”. A raiva canina é uma doença cruel para o animal, pois leva à morte. A vacina aplicada como prevenção e na hora certa é a solução. Pena que a raiva psicológica das pessoas não possa ser combatida de forma tão eficaz e simples. É sempre bom lembrar que “a resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura sucita a ira”.
Os amigos e seu próprio corpo agradecem!Fonte:
Cyber Diet por
Flávia Leão Fernandes
CRP 06/68043
Psicóloga clínica, Mestre em Psicologia pela Universidade de Londres, Inglaterra e especialista em Psicologia Hospitalar com enfoque em obesidade.
2 comentários:
"suscita" é com "sc". Texto muito bom!
Isso parece-me mais uma tentativa de moldar o comportamento das pessoas em nome de "ser saudável", acabando com sua individualidade.
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