Fumar durante a gravidez pode trazer complicações para o desenvolvimento do feto
Um estudo feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que avaliou o uso de drogas durante a gestação de mil adolescentes com média de idade de 17 anos atendidas em um hospital público de São Paulo, verificou que o consumo de tabaco, álcool e drogas ilícitas foi de 17,3%, 2,8% e 1,7%, respectivamente.
O trabalho, coordenado por Ronaldo Laranjeira, pesquisador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad) da Unifesp, integra o Projeto Temático Uso de Drogas por Gestantes Adolescentes, apoiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) para estudar a prevalência do uso de drogas e os fatores de risco para seu uso durante a gravidez.
As adolescentes que fumavam disseram que ingeriam, em média, cinco cigarros por dia e, do total das que disseram consumir álcool, 26,6% admitiram ter ingerido pelo menos em uma ocasião durante a gestação, sendo 2,8% de forma abusiva. No que se refere a outros tipos de drogas, como maconha e cocaína, além das 17 (1,7%) que admitiram ter usado durante a gestação, seis (0,6%) relataram uso de droga injetável e 24 (2,4%) disseram ter tido relação com um parceiro usuário de droga injetável.
"Quase um terço das grávidas no Brasil são adolescentes e, nesse estudo específico, estamos falando de mil jovens que estavam no terceiro trimestre de gravidez. Então, considerar que 17,3% delas fumavam durante a gestação é uma estatística alta e preocupante, podendo provocar impactos no feto", disse Laranjeira.
Fernando Fischer
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