Composto por 4.720 substâncias, existem três que
interferem diretamente no rendimento dos esportes: nicotina, alcatrão e
monóxido de carbono
Por
GLOBOESPORTE.COM
Rio de Janeiro
Cerca de 15% da população brasileira
fuma, um número
ainda alto, porém menor do que os 35% da década de 80. Não se sabe ao
certo quantas dessas pessoas correm ou praticam alguma
atividade física, o que se sabe é que o
cigarro não só atrapalha o desempenho, como prejudica a
saúde. É o que afirma o cardiologista Marcelo Coloma.
- O cigarro tem cerca de 4.720 substâncias. Existem três delas que comprometem muito o desempenho do atleta:
nicotina,
que diminui o tamanho das artérias, que levam o sangue até o músculo,
gerando um desempenho muscular bem menor, e também aumenta os batimentos
cardíacos; o
alcatrão, que diminui a elasticidade do pulmão; e o
monóxido de carbono, que compete com o oxigênio, por isso que o indivíduo que fuma tem falta de ar.
A professora Simone Fadel, de 51 anos, fumava desde os 13 anos e parou
há 11, por conta da corrida. E não se arrepende da troca.
- Eu fumava muito, chegava em casa e ia tomar banho, era cheiro de
cigarro por todo lado, atrapalhou a minha gestação e a amamentação.
Depois de tanto tempo sem fumar, acabei de correr 6km muito bem, não
conto mais os minutos para fumar ou comprar um maço de cigarro, mas os
minutos que tenho para correr. Eu fiz uma ótima troca - disse.
(Foto: Agência Getty Images)
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Alcatrão, nicotina e monóxido de carbono afetam diretamente o desempenho (Foto: Agência Getty Images) |
Segundo o cardiologista, o fumo está concentrado nas classes mais baixas economicamente da população.
Muita gente que fuma e faz exercício às vezes diz que não sente nada,
mas não sabe que se parar de fumar, aquele exercício pode ter o
desempenho aumentado assustadoramente em pouco tempo. Hoje o fumo está
concentrado na população menos favorecida, com nível de escolaridade
cada vez menor. Nos EUA, o número é muito baixo, o Uruguai é um exemplo,
lá poucas pessoas fumam. Aqui no Brasil, nós temos campanhas nos maços
de cigarro, é proibido propaganda em rádio e televisão, além de existir
uma lei estabelecida que prevê o aumento do preço do produto a cada ano.
A empresária Lívia Mourão, de 47 anos, viu sua vida mudar após começar a
correr, e entendeu que aliar cigarro e esporte era inviável.
- Eu gostava de fumar. Quando comecei a correr e participar de prova é
que realmente eu vi que não dava pra andar junto com a corrida, entendi
que se eu quisesse correr de verdade, teria que parar de fumar. Se você
treina no dia seguinte que fuma, sente muita diferença dos dias em que
não fumou na véspera. Minha performance foi melhorando à medida em que
reduzi o consumo de cigarro. Parei há quatro anos. A corrida é um bom
remédio para quem quer parar de fumar.
O psiquiatra Gabriel Bronstein, especialista em dependência química,
concorda com Lívia ao afirmar que o esporte é um grande aliado daqueles
de desejam largar o vício.
Nos EUA, o número é muito baixo, o Uruguai é um exemplo,
lá poucas pessoas fumam. Aqui no Brasil, nós temos campanhas nos maços
de cigarro, é proibido propaganda em rádio e televisão, além de existir
uma lei estabelecida que prevê o aumento do preço do produto a cada ano.
O psiquiatra Gabriel Bronstein, especialista em dependência química,
concorda com Lívia ao afirmar que o esporte é um grande aliado daqueles
de que desejam largar o vício.
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É cada vez menor o número de fumantes no Brasil
(Foto: Agência Getty Images) |
- Cigarro é uma das drogas que mais causa dependência. Se a pessoa quer
parar de fumar, a motivação é muito importante, traçar estratégias como o
exercício, além do uso de medicação e técnicas psicoterápicas, que
também ajudam no processo. O exercício regular, como a corrida, dá uma
sensação de prazer, que estimula a pessoa a cada vez mais repetir o
comportamento e isso vai deixando o cigarro em segundo plano, o cérebro
vai se organizando de outra forma. O prazer do esporte tem que estar associado, não adianta fazer uma
atividade só para de fumar parar. O ideal é que a pessoa se sinta bem-disse.
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