Antes de mais nada, o álcool é uma toxina, um veneno. Seu uso, mesmo em pequenas quantias, produz várias anomalias fisiológicas no corpo que diminuem a capacidade de força, resistência, recuperação e a capacidade de metabolizar gordura para energia. Ele é particularmente perigoso porque é um solvente bipolar, isto é, ele é solúvel na água e na gordura. Isso o permite penetrar em todas as células do corpo, principalmente as do sistema nervoso.
Sua ação no sistema nervoso central causa uma deteriorização severa. Mesmo em pequenas doses ele diminui a quantidade e a intensidade dos sinais excitatórios para os neurônios motores que estimulam a contração muscular, diminuindo a força muscular, além de provocar uma diminuição na coordenação mãos olhos (por isso não se deve guiar após beber).
As moléculas do álcool ficam no corpo um tempo bem maior do que se pensa ás vezes até por várias semanas.
A presença do álcool no sistema digestivo cria um ambiente que diminui a absorção de vários nutrientes na corrente sanguínea contribuindo principalmente para o estado de anemia.
Há pelo menos 30 estudos associando o consumo de álcool à hipertensão. Todos eles mostrando que a pressão arterial se eleva nos que consomem álcool e não apenas naqueles que bebem muito, mas também naqueles que fazem uso moderado da bebida. Há uma relação direta entre o consumo de álcool e o aumento da pressão arterial.
O álcool tem também um grande efeito negativo sobre o fígado. O fígado é o principal órgão responsável pela desintoxicação do álcool, de forma que quanto mais álcool entrar no sistema, mais estresse sobre o fígado, Uma exposição prolongada a grandes quantidades de álcool, danifica e destrói as células do fígado. Sua ação é prejudicial ao fígado não apenas porque ele é tóxico, mas também porque ele é diurético. O álcool inibe a liberação de HAD, hormônio antidiurético, de forma que a água é "descarregada" do corpo em grandes quantidades (já pensaram em bares sem banheiros? Como iria ser?).
Finalmente, um produto final da desintoxicação do álcool pelo fígado é o ácido lático. Quando o fígado é forçado a tratar de grandes quantidades de álcool pode resultar numa condição de acidose lática. Esse acúmulo de ácido lático não apenas interfere com a função muscular, como também inibe a excreção renal de ácido úrico através dos rins, resultando num estado chamado hiperuricemia. Essa condição resulta problemas como dores nas articulações.
As mudanças acima descritas ocorrem penas nas pessoas que bebem muito. Alguns drinques ocasionais, o chamado "beber socialmente" não têm conseqüências negativas para a maioria das pessoas saudáveis.
FONTE BARBANTI, V. J. - Aptidão física: um convite à saúde. São Paulo, Ed. Manole Ltda., p 103-105; 1990;
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