Essa substância, quando usada ao longo do
tempo pode provocar o desenvolvimento de tolerância, ou seja a pessoa
tende a consumir um número cada vez maior de cigarros para sentir os
mesmos efeitos que originalmente eram produzidos por doses menores.
Para OGA (1996), alguns fumantes, quando
suspendem repentinamente o consumo de cigarros podem sentir fissura
(desejo incontrolável por cigarro), irritabilidade, agitação prisão de
ventre, dificuldade de concentração sudorese, tontura, insônia e dor de
cabeça. Esses sintomas caracterizam a síndrome de abstinência,
desaparecendo dentro de uma ou duas semana.
Para NEIMAN (1999), a tolerância e a síndrome
de abstinência alguns dos sinais que caracterizam o quadro de
dependência provocado pelo uso tabaco.
A nicotina produz um aumento no batimento
cardíaco, na pressão arterial na frequência respiratória e na atividade
motora.
Quando uma pessoa fuma um cigarro, a nicotina é imediatamente
distribuída pelos tecidos. No sistema digestivo provoca a queda da
contração do estômago, dificultando a digestão. Há um aumento da
vasoconstrição e na força das contrações cardíacas.
O tabagismo e os esportes não combinam e
atualmente é muito raro encontrar atletas de elite que fumam. Estudos
demonstraram que a predominância do tabagismo é baixa entre as pessoa
que praticam exercícios.
O monóxido de carbono está presente em grande
quantidade de fumaça do cigarro e entra rapidamente na corrente sanguínea, combinando-se com a hemoglobina no eritrócitos. Normalmente, a
hemoglobina transporta oxigênio para os músculos e para as células do
organismo. Quando há presença do monóxido de carbono da fumaça do
cigarro, cerca de 5 por cento da hemoglobina e capturada por mais de
cinco horas. Isso diminui a liberação de oxigênio para os músculos
durante o exercício intenso, fazendo com que todos os esforços pareçam
mais difíceis do que o normal (OGA, 1996).
Em repouso e, numa menor extensão, durante o
exercício, a nicotina da fumaça do cigarro aumenta a frequência cardíaca
e a pressão arterial, diminui o débito sanguíneo cardíaco e aumenta e
demanda de oxigênio pelo músculo cardíaco. Durante o exercício, a
nicotina também aumenta os níveis de lacta no sangue, substância que
pode fazer com que a pessoa se sinta cansada ou que abandone o exercício
quando atinge um nível elevado. Nos estudos com animais, observou-se
que a nicotina diminuiu a capacidade da realização de exercícios de
longa resistência como a natação ou a corrida (OGA, 1996).
Após fumar, ocorre um aumento da resistência
ao fluxo respiratório nas vias pulmonares, tornando-se mais difícil a
libertação de ar e oxigênio aos pulmões durante o exercício intenso. Em
algumas pessoas, o fumo pode desencadear sintomas de asma, tornando
quase impossível a prática de exercícios ate que ocorra a diminuição dos
sintomas (NEIMAN, 1999).
Ainda não existe evidências conclusivas de
que o exercício auxilia as pessoas a interromper o hábito de fumar, mas a
maioria dos programas de interrupção incluem o exercício como
componente vital.
Quase todos os fumantes admitem que seu
hábito aumenta o risco de morte precoce por câncer ou doença cardíaca,
apesar de que muitos não desejam parar por medo de ganhar peso. O uso do
fumo como uma estratégia de controle de peso, apesar do risco, parece
ser uma motivação poderosa para a continuidade pro muitas pessoas. Num
estudo nacional australiano, os ex-fumantes frequentemente classificam o
ganho de peso como a desvantagem número um da interrupção de fumar
O exercício pode auxiliar o ex-fumante a
melhorar a aptidão física diminuir o risco de doenças crônicas, combater
o ganho de peso e auxiliar no combate dos sintomas da abstenção. Embora
a solução ainda não tenha sido estabelecida pelas pesquisas detalhadas a
maioria dos médicos acredita que o exercício regular é particularmente
importante para as pessoas que estão deixando de fumar. Antes de tudo, o
fumante deve procurar um médico para ser liberado para iniciar e manter
um programa seguro de exercícios. Existe quatro boas razões para
encorajamento dos exercícios entre os ex-fumante (OGA, 1996).
Melhoria da aptidão física: tipicamente os
fumantes apresentam níveis ruins de aptidão física e a pratica de um
programa regular de exercícios pode melhorar a função cardíaca e a
pulmonar e aumenta a força e a resistência muscular
Diminuição do risco de doença relacionadas
com o tabagismo: O exercício regular pode diminuir os níveis de vários
fatores de risco e reduzir o risco de doenças cardíacas e alguns tipos
de câncer, auxiliando no combate contra algumas consequências
patológicas negativas do tabagismo.
Combate ao ganho de peso: A queima extra de
calorias pro meio dos exercícios pode auxiliar o ex-fumante a evitar o
ganho de peso típico. A caminhada diária de aproximadamente 4,8
quilômetros queima a mesma quantidade de calorias que um pacote de
cigarros por dia (mas sem os efeitos desagradáveis e negativos sobre a
saúde). Portanto se um ex-fumante começa um programas de caminhada
diária ao mesmo tempo que evita alimentos ricos em gorduras ou açucares,
existe toda a razão para acreditar que o ganho de peso pode ser
evitado. Embora dois em cada três fumantes que param com o hábito
engordam, um não faz. Um programa de exercícios pode melhorar as
possibilidades da pessoa não engordar (NEIMAN, 1999).
Combate ao estresse: Muitos indivíduos utilizam o fumo como um método de combate ao estresse e acham o hábito relaxante.
O tabagismo pode ser um dos melhores
prognósticos de coronariopatia e o risco está relacionado diretamente ao
número de cigarros fumados. A probabilidade de morte por doença cardíaca
nos fumantes é quase duas vezes maior que nos não-fumantes. Os centros
para o Controle e a Prevenção das Doenças estimam que cada cigarro
fumado rouba sete minutos da vida de um fumante. Quando mais se fuma (ou
fica exposto à fumaça do cigarro) quanto mais profundamente se inala e
quanto mais rico for cigarro em termos de alcatrão e de co-produtos
nocivos maior será o risco do desenvolvimento de doenças
cardiovasculares. Quando esses fumantes relativamente jovens sofrem um
ataque cardíaco existe uma probabilidade de 80% de que o tabagismo tenha
sido a causa; a probabilidade percentual quase de 70% para os que estão
em sua sexta década de vida e 50% para aqueles que estão em sua sétima e
oitava décadas. Além disso, os fumantes comportam um probabilidade
quase cinco vezes maior de terem um acidente vascular cerebral que
não-fumantes e aqueles que fumam um maço ou mais por dia comportam uma
probabilidade 11 vezes maior de sofrerem um tipo específico de acidente
vascular cerebral brusco e fatal que tende a acometer homens e mulheres
mais jovens. Surpreendentemente, esse risco, devido ao fumo, está
associado com mais mortes que a taxa de mortalidade excessiva dos
fumantes devida ao câncer de pulmão (NEIMAN, 1999).
Em geral, observa-se que o risco do fumo agre
independentemente dos outros fatores de risco. Contudo e ao mesmo tempo
se existem outros fatores de risco o tabagismo acentua sua influência. O
tabagismo pode facilitar a cardiopatia através de seu efeito sobre as
lipoproteínas sérias; os indivíduos que fumam apresentam níveis mais
baixos de colesterol HDl, em comparação com os não-fumantes. Entretanto,
ao parar de fumar o HDL e o risco de cardiopatia retornam aos níveis
dos não-fumantes (OGA, 1996).